A água do medo

Guinapo

A tarde já ia avançada quando saímos do Luvuei. Nunca percebi porquê! Normalmente partíamos cedo para o mato. Esse simples facto, tornou-se dramático para os cinquenta homens que foram largados num velho trilho de madeireiros, no meio de uma mata cerrada e hostil, a alguns quilómetros das margens do Luio e ainda mais dramático para o furriel Trindade e para os poucos homens que levava consigo, para protecção às viaturas de transporte.

Não recordo já os pormenores. Julgo que seria um unimog e duas berliets. Tiveram de regressar ao Luvuei com pouca segurança pois a noite era nossa inimiga. Esse facto aliás seria para mim, como um pesadelo recorrente nos três dias da operação.

Soube mais tarde, que no quartel me imputaram as culpas. Fui criticado e ameaçado: - quando ele regressar ele vai ver. Fui julgado e condenado sem ser ouvido - ninguém se perguntou - porque começava uma operação já pela tardinha, quase noite?

Eu, na altura de decidir não tive dúvidas. O que estava em causa era o balanço, entre a segurança de cinquenta homens largados ao anoitecer no meio da mata cerrada, por viaturas pesadas cuja presença era detectável a quilómetros, e a segurança de meia dúzia de homens que regressariam ao quartel nessas viaturas, pelo mesmo percurso mas com a “protecção” da capacidade de se afastar rapidamente…

Para os que ficaram, cada quilómetro que faltava para a zona aberta das margens do Luio seria um pesadelo. Era quase noite, os pássaros já não se ouviam. O silêncio da mata era pesado. Dei ordens breves e claras – passem a palavra - vamos sair rápido em direcção ao rio – o mínimo barulho possível – ninguém fuma…

Para os que regressavam ao quartel, a questão era afastar-se o mais rápido que os trilhos permitissem. Posso imaginar os seus olhares angustiados, fixos na mata que corre ao seu lado. Cada forma, cada recorte mais humano será mais um aperto nos seus corações. Os condutores fixam os olhos na picada de areia, tentando não se afastar do rasto deixado na ida. O seu pesadelo são as minas anti-carro. A sua angústia só terminará à vista dos Quimbos do Luvuei…

O Simão seguia alguns metros à minha frente. Procurava não se desviar dos guias que nos procediam abrindo a passagem com as catanas. Era alto, esguio e de confiança. Era um guerrilheiro nato, tinha o prémio governador-geral. Conhecia a mata e os seus segredos como ninguém. As suas feições eram correctas, os gestos silenciosos e precisos; era o chefe do grupo de flechas que seguia connosco; devia ter 35 ou 40 anos, era difícil precisar.

Teríamos andado mil metros. No silêncio da noite ouvimos os primeiros tiros. Primeiro uma pequena rajada de metralhadora ligeira, talvez uma Usi…. Depois o silêncio. Deviam estar perto, talvez a mil metros no máximo. Estavam com medo, como nós – procuravam numa resposta, a nossa posição – mas nós já tínhamos dez meses de mato, e isso contava…na altura de reagir.

Ninguém fala. Alguns mais ansiosos nem respiram. Continuamos em zig zag largo – o mais rápido que a mata nos permitia. Mais quinhentos metros, e mais dois ou três tiros. Parámos, acocorados aguçávamos os sentidos – tentando perceber no silêncio e no escuro da noite – a posição dos turras da Unita.

A mata começou a ser menos densa. Era uma mata típica do Leste de Angola. Composta por árvores de porte médio pouco robustas, arbustos espinhosos e muitas árvores caídas, mortas e adormecidas eram ainda mais difíceis de contornar – mais um quilómetro e a nossa deslocação tornou-se mais rápida. Sentia-se que a noite começava a refrescar. A claridade que se vislumbrava dos lados do rio – era a nossa maior esperança. Uma clareira primeiro. Depois, a chana ponteada por alguns arbustos e árvores isoladas e esqueléticas, mostrava-se em pleno sob um luar mortiço. Sentia-se que o rio estaria perto. A humidade cheirava-se adocicada e fresca.

Finalmente estávamos em espaço aberto e protegidos por suaves depressões no raso que se perdia para os lados do rio. Formem em círculo, a 5 metros uns dos outros. Montem a guarda dois a dois. Um vigia, outro dorme. Ninguém fuma, mas mesmo ninguém…. Ainda temos água nos cantis – é comer e dormir.

Amanhã temos de ir para a borda da mata antes de amanhecer, pensei. Deviam ser dez da noite. Vesti a camisola de lã preta, com gola alta, e que a minha irmã Maria Antónia me tinha mandado por encomenda. As noites no Leste, eram frias, ainda que a proximidade ao rio neste caso, a amenizasse. (Uma noite que passei, já lá vão uns meses, numa emboscada perto do Lucusse, tive que partilhar o cobertor com o Simão; mas isso é outra história que um dia vos irei contar).

Dei uma última volta pelo perímetro, silencioso, meio curvado. Disse ao Dias para estar atento ao lado da mata. Passa a palavra. O Dias era um rapaz baixo entroncado. Pernas curtas e grossas. Era cilíndrico, de cabeça redonda. Mais astuto do que inteligente. Voluntarioso e de confiança, não podia era beber. O vinho alterava-o - presumo que mal habituado, pelo vinho Jaqué com pouco grau que bebia na Madeira, e que não o preparou para o tinto carrascão que vinha do puto. O Dias transformava-se… mas a esta hora já muitos dormem. Os outros de vigia, cansados mas receosos olham fixamente em volta e aconchegam-se no poncho.

Afastei uns torrões. Estendi o poncho e o cobertor e deitei-me numa das metades do cobertor, a outra seria a coberta. Veio à minha cabeça mais uma vez, a imagem do Trindade na berliet… Tínhamos tentado contactar o quartel pelo rádio, mas o RPG21 ou estava avariado, ou então não tinha bateria - o que me custava a acreditar: - pois os radiotelegrafistas recarregavam sempre as baterias entre as operações.

Pensei para mim - a esta hora o capitão Pimenta já bebeu uns whiskies e deve estar pior que estragado comigo. A minha insistência em continuar pela mata com as viaturas retardou o regresso do Trindade. Se o Trindade chegou bem, ainda vá. Se houve alguma coisa com ele estou bem lixado. Continuei a interrogar-me. Porquê sair aquela hora? Porquê, deixar parte do grupo no quartel, e o Alferes? O que é feito do Alferes?

Ainda o sol não se via no plano infinito da chana, e já nós, depois de encher os cantis na margem do Luio, caminhávamos em fila de pirilau por entre as árvores da borda da mata, dissimulando a nossa presença.

O Leste é arenoso, antigo. Os afluentes do Zambeze, que o atravessam na direcção Leste/Oeste marcam e estruturam a paisagem natural e social. É lindíssimo pela aurora, desdobrado em múltiplos horizontes baços que fogem à nossa vista e alimentam sonhos de caçadas impossíveis, nos homens que erguem na planura.

O Luio acordou coberto de névoa muito fina. O seu declive de escoamento é mínimo. As águas deslizam lisas, limpíssimas – filtradas pelas areias finas de milhões de anos, e purificadas pelas macrófitas que habitam em condomínios fechados as faixas marginais e o próprio leito nas zonas mais remansosas. O rio é profundo. O leito é arenoso é escuro e parece próximo, aos nossos olhares. Pura ilusão – que o diga o Alferes Coelho - na sua inocência colegial, atirou-se à frescura das águas numa manha como esta e, lá teve alguém de o ir buscar…

Imagino a riqueza desta região e das suas gentes, quando a guerra acabar. Os peixes, que alimentam indiferentes pretos e brancos – a Unita e as populações agregadas aos quartéis - são confiantes e indefesos. Parecem não conhecer pescadores.

Seriam…dez da manhã por aí. Já tínhamos andado meia dúzia de quilómetros quando encontramos umas lavras de mandioca, abandonadas. Eu sabia que era uma zona perigosa. Podia estar armadilhada, por isso caminhamos atentos e preocupados. O Simão seguia à minha frente. Atrás de mim, vinha o rádio telegrafista – já não recordo o seu nome, era baixo, magro e muito calado. Eu interrogava-me, como transportava aparentemente sem esforço o pesado rádio? Este adormecera mudo e para nosso mal não acordara.

O que pensariam no quartel? Eu afligia-me, e se tivermos feridos - o que fazer? O Paula, o enfermeiro - era camionista antes de ser mobilizado – transportava fruta para os mercados em Lisboa – os seus conhecimentos e recursos eram mínimos, se houver feridos será o desastre! Mas não falei a ninguém que não tínhamos rádio; julgo que todos o sabiam, mas também nada diziam.

A operação – de que não recordo o nome - tinha sido pensada para três dias. Fomos largados a cinquenta quilómetros do ponto aonde seriamos recolhidos três dias depois, na estrada Luso / Gago Coutinho, junto à ponte do Luio. Como de costume, teríamos de comunicar com a base duas ou três vezes por dia. Mas isso era impossível, e no quartel não sabiam que não tínhamos rádio.

O objectivo da operação era bater a margem esquerda do rio. Segundo a PIDE havia ali muita actividade terrorista. E nós já o tínhamos confirmado, mas sem rádio estávamos muito limitados. A minha preocupação maior era chegar à estrada.

Pelo meio-dia ouvimos dois tiros, primeiro, um e depois outro. Vinham do lado da mata. A estratégia mantinha-se. Queriam descobrir a nossa posição, o que não era normal - normal era afastarem-se evitando confrontos. O que poderia alterar essa atitude? Não sabia. Imaginava que pudessem ser muitos, e que o seu numero lhe desse confiança. Ou então… alterações de estratégia de guerra por parte da Unita – umas vezes atacavam a coluna, (em 4 de Fevereiro atacaram o quartel, mas isso deve ter sido o MPLA pois era o aniversário da sua revolta em Luanda), ou colocavam minas, ou ainda emboscavam; outras, pareciam adormecidos - quando muito rebentavam com as pontes - que nós refazíamos de seguida. Era o que eu chamava uma guerra de estação, que quase parava na época das chuvas.

Caminhamos mais uma hora antes de parar para comer. A ração de combate era a do costume. Alguns até gostavam e preferiam-na à comida do quartel – o Barata que não leia isto. Numa pequena caixa de cartão, umas conservas de carne bem temperada mesmo picante, salsichas e bolachas de água e sal. Marmelada ou geleia de frutas eram a sobremesa.

Começamos outra vez a andar. Pelo meio da tarde mais uma “marotice” dos turras. Tinham incendiado o capim que cobria a chana nesta zona, entre a mata e as zonas mais baixas junto ao rio.

À nossa frente a uns trezentos metros, as chamas em focos isolados indiciavam que alguém, em marcha muito rápida pegava fogo ao capim. Este ardia rapidamente em estalidos de morte. A tarde era quente e abafada. Não bulia vento. Continuamos na mesma direcção ainda que inflectindo ligeiramente em direcção ao rio. Esta decisão não era pacífica. Ficaríamos mais expostos, mas de algum modo a salvo das chamas que não medravam nas ervas mais verdes das margens do rio.

Rapidamente ultrapassamos as zonas ardidas, com os lenços azuis molhados, a tapar a boca e o nariz. O azul claro, que eu detestava, era a cor do quarto grupo de combate. Eu teria preferido preto, mas essa cor segundo julgo era do terceiro grupo, do Alferes Barbosa, que, algo vaidoso sob os dois galões usava também camisola preta.

Aproximou-se a noite sem mais incidentes. Pernoitamos a duzentos metros da borda da mata, em silêncio, com vigilância redobrada… Eles sabiam que nós estaríamos por ali. Mas agora, também sabiam que eram quase dois grupos de combate – estava comigo também a secção do Oliveira, não me recordo bem mas penso que sim – só o Trindade tinha regressado. Dois grupos tinham algum poder de fogo, ainda que o grupo de Flechas tivesse armas de repetição (Mauser) e não as G3 automáticas. De qualquer modo éramos cinquenta homens, e eles conheciam os madeirenses da 2731. Eram meio doidos e não viravam a cara. Para mim eram os melhores – e eu era exigente, não facilitava, o que levou a que não fosse um bem-amado. Convivia bem com isso - sabia que me respeitavam, ainda que pudessem não gostar de mim – eu prefiro assim… na guerra só a exigência evita os desastres.

Adormeci com frio, a pensar no Trindade e no Major de Operações que no Batalhão “programava” as operações, penso eu…

Levantamo-nos cedo, ainda era noite. Enchemos os cantis e iniciamos a marcha. Estávamos no terceiro e último dia de operação. Dei comigo a pensar - vai correr bem – devem faltar quinze quilómetros, segundo os mapas. Eu tinha uma boa capacidade de orientação. O facto de ser topógrafo e de gostar imenso de geografia leva-me a conhecer e ler bem os indícios e os elementos naturais.

Os pombos correio, segundo os estudos mais recentes, orientam-se pelas linhas de fluxo do campo magnético da terra, mas também pela posição do sol ou da lua a determinadas horas do dia, associadas ao seu metabolismo, às suas necessidades essenciais.

Na topografia, se houver sol e um relógio sabemos as direcções cardiais. Se não houver sol há os indícios naturais: - os líquenes e outras adventícias habitam o lado menos iluminado das árvores - o lado norte ou sul conforme o hemisfério. Também os ventos predominantes nos podem indicar com facilidade o norte. Eu, naturalmente sem pensar, vou assimilando esses indícios o que me permite saber, em qualquer hora qual a direcção a seguir. Neste caso também tínhamos o rio que segue imperturbável para Sueste.

À minha frente seguia como sempre o Simão e mais um ou dois flechas. Eram os guias. Atrás seguia - ainda que sem qualquer préstimo - o rádio telegrafista. Pelas onze horas, entramos novamente em zona de lavras de mandioca. Antes da guerra, as populações habitavam em quimbos distribuídos naturalmente ao longo do rio, aonde a caça e a pesca eram fartas, e as lavras de mandioca estavam mais à mão. Nós tínhamos avistado pouco antes, os restos de umas cubatas abandonadas e meio consumidas pelo fogo das queimadas.

Seguíamos muito atentos, um trilho que não tinha sinais de uso recente. Erva seca e folhagem morta restolhavam sob os nossos pés. O trilho era como que um corredor estreito entre os arbustos de mandioca.

A três metros - à minha frente - uma cintilação rápida em chicote sob as pernas do Simão, libertou um grito quase animal na minha garganta: - pró chão… Á minha volta parecia um flash de um filme acelerado, o Simão mergulhou para a frente, os guias pasmados deixaram-se cair, o rapaz do rádio projectou-se e ao rádio para o lado direito do trilho e eu, … fiquei estático, hirto, sem reacção.

Instintivamente e sem pensar deveria ter mergulhado, mas o meu cérebro á velocidade que o treino permitia, assumiu a inevitabilidade da falta de tempo. Aguardava suspenso e imóvel o choque dos estilhaços nas minhas pernas. O conhecimento do tempo para a explosão condicionou a reacção. O frio invadia-me, gelava-me. A água do medo escorria pela minha cara. O corpo estava tenso, mas em paz sereno, parado no tempo. Mas este não pára - passou um…dois… três segundos. Eu olhava sem ver para baixo e para a frente, á espera. Depois a esperança… e a consciência libertaram a tensão. Os músculos relaxaram-se - não rebentou já não rebenta. Não posso mexer-me sem primeiro a ver…

Devia ser uma granada, pela imagem e cintilação que me passou na frente. Á minha volta ninguém se mexia, nem falava – o Simão de bruços meio de lado, olhava por sobre o ombro a minha cara, estático e pálido no escuro da sua face.

Olhei melhor para o pé de um arbusto de mandioca. Pareceu-me ver o recorte de pinha duma granada A1 (russa). Sem mexer os pés, oscilei ligeiramente o tronco para a esquerda. Vi nitidamente a granada atada ao pé da mandioca. Mas, vendo melhor - ó mãe de Deus - a alavanca estava meio aberta, presa em equilíbrio instável por um rebento que despontaram mais a abaixo, e crescera passando ao lado da granada.

Só nesse momento percebi o que acontecera. A argola tinha saído puxada pelo fio, em que involuntariamente tropeçara o Simão. Foi esse movimento que libertou o meu grito - mas para sorte minha, desta vez, a natureza tinha estado do meu lado, do lado da vida.

Nesse instante percebi que o suor já me encharcava o peito e as pernas. Escorria pela barriga. Não se mexam, já vi a armadilha…vou levanta-la. Cuidado que pode haver mais…

Como era possível que nenhum animal a tivesse accionado? Ela já lá estava há uns tempos, pois o rebento tinha crescido e engrossado - teria quatro ou cinco milímetros de diâmetro. Dei dois passos em frente - lentamente, pousei a G3 e puxei pela faca de mato - ajoelhei junto à granada. Pousei a faca de mato no chão e com as duas mãos abracei a alavanca e a granada, como se agarrasse a vida.

Era disparate, eu sabia… mas já estava lúcido e controlava de novo a situação. Devia ter-me afastado e rebentado a armadilha por simpatia. Bastava uma granada ofensiva que levava à cintura. Mas o rebentamento iria denunciar a nossa posição. Com sorte encontrava a argola e fixava a alavanca. Com a mão esquerda continuei a apertar a granada. Peguei na faca para cortar os fios que a prendiam. O Simão aproximava-se lentamente, baixou-se e pegou na pequena argola metálica ligada a um fio fino e escuro…

Fixamos a alavanca e olhamos a granada. Estava velha e suja do tempo; parecia inofensiva ali nas nossas mãos – mais tarde o sargento Bezerra diria - Ora, a granada já não funcionava, (pensava em não pagar a ninguém o valor do prémio correspondente) – perante a minha insistência julgo que me pagou metade do prémio.

Dei por mim, rodeado pelos soldados que se encontravam mais perto, tensos e ainda meio aparvalhados. Por baixo do camuflado, a camisola de lã que eu só despia na hora de almoço e voltava a vestir à noite, estava encharcada sobre a camisola interior de algodão. Nunca senti tanto medo na minha vida – nem quando em miúdo e já com a noite muito alta, ia bradar ao Diabo, por detrás da malhada das ovelhas, incitado pelos homens mais novos que trabalhavam na cerâmica do meu pai… Eram os estímulos e as distracções dos anos cinquenta no Alentejo. Isso… e os contos e advinhas contados pela noite dentro, em volta das fogueiras.

À tarde, desse dia fomos recolhidos com recriminações surdas por falta de contactos pelo rádio - que os obrigara a vir mais cedo, e ter de esperar duas ou três horas por nós… O rio Luio lá estava, liso e sereno de águas limpas e puras oferecendo-se à sede e à vida de homens e animais…

Nota importante: Este texto não pretende ser a tradução exacta de acontecimentos reais passados à quase 40 anos, mas sim, o que ficou na minha memória que, neste caso nem pode recorrer ao velho álbum de fotografias, pois não havia repórteres de guerra, nem o Fernandes andava por perto…

Manuel Guinapo
Ex furriel miliciano - 4º GC da CART 2731
Angola, 1971

Última actualização em 2009-06-12
Franquelino Santos, Ex- Furriel Mil. da CART 2731